Voltar atrás?
NÃO.
Gostava que este texto servisse como um alerta.
Como sabes, os antecedentes da CEE, que é a EU de hoje, fundam-se numa resposta duradoura à 2ª Guerra Mundial.
É preciso não esquecermos o que está por detrás desta
situação: o aparecimento em países como Portugal, Espanha, Alemanha, Itália e França de
governos antidemocráticos, que governavam à margem da vontade do povo, que
prendiam e até matavam pessoas que estavam em desacordo com o regime.
O povo assim não podia evoluir no seu pensamento, na sua
qualidade de vida, porque a pobreza ajudava a que esses regimes dominassem o poder
durante muitos anos.
A HISTÓRIA REPETE-SE?
Tem a tendência a repetir-se. E já há sinais: há muitos europeus descontentes com a Europa
porque as promessas de prosperidade não chegaram a todos.
Começam, na Europa, a aparecer partidos e organizações políticas que estão a capitalizar esse descontentamento. Como? Colocando nos seus programas políticos a expressão do descontentamento do povo. Depois, apresentam-se a eleições e conseguem eleger deputados.
Com efeito, começámos por ter parlamentos onde todos os partidos defendiam
regimes democráticos e estavam empenhados na construção da Europa unida para passarmos
a ter parlamentos onde já existem partidos que pensam de forma diferente e
querem, primeiro que tudo, afastar-se da União Europeia.
O QUE É QUE ISTO TEM A VER CONTIGO?
Tem tudo, porque tu nasceste, cresces e estudas num país
livre, onde podes expressar as tuas opiniões, onde tens acesso a toda a
informação que faz de ti um ser consciente e racional.
Enquanto professor, tenho acompanhado este processo com
particular interesse e preocupação, e é nessa qualidade que deixo aqui um
alerta.
É preciso saber uma coisa muito importante: o Brexit, que
todos nós lamentamos profundamente, começou num referendo, consulta ao povo,
promovido por quem não queria sair da EU, queria apenas, com a derrota do
Brexit, dar o sinal à comunidade política britânica que tinha o apoio do povo. Não teve! Este resultado alterou profundamente o curso da história do seu país e da União
Europeia. Parece até patético: um amuo que, na verdade teve as consequências
que conhecemos.
Não foi a decisão política que provocou a situação: foi o voto do povo britânico. Portanto: partindo de um Estado Democrático consolidado, essa circunstância pode ser alterada pela vontade do povo.
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