segunda-feira, 15 de março de 2021

Mercado de emprego

    Este texto é dedicado principalmente àqueles que vão fazer estágio para, depois, começarem a exercer uma profissão. Desde já, bom trabalho e  boa sorte!

       O mercado de trabalho funciona como todos  os outros mercados. Assim, temos, por um lado, a  oferta de trabalho, de quem se propõe a trabalhar de acordo com as suas competências, logo procura emprego; por outro lado,  a procura de trabalho pelo empregador, que quer ter a seu lado os mais competentes para o desenvolvimento do seu negócio, logo oferece emprego. O preço, neste caso é o salário, que se determina pelo jogo da oferta e da procura. 

    Por exemplo, o empregador necessita de uma pessoa muito qualificada, mas existem poucos com essas qualificações no mercado, pelo que terá de estar disposto a oferecer um salário melhor. Isto traduz-se numa procura superior à oferta, que faz aumentar o valor do salário, logo, as pessoas com qualificações mais avançadas podem esperar conseguir um melhor salário e ter maior facilidade em encontrar emprego.

    Se pensarmos numa profissão na qual existem muitas pessoas qualificadas que a podem exercer, normalmente o salário desce e essas pessoas têm mais dificuldade em encontrar emprego.

    É evidente que a dificuldade de encontrar trabalho, numa altura de crise económica, é mais difícil, porque, como a procura normalmente diminui, leva os empregadores muitas vezes não a contratar, mas sim a despedir alguns dos seus funcionários.

    Como é que isto acontece? O empresário, quando confrontado com uma redução de procura, primeiro baixa o preço, procurando dessa forma escoar o excesso de stock; sendo a redução consistente, numa segunda fase, reduz a produção. No entanto, a manutenção da mesma situação leva-o a optar pela dispensa da pessoa, pois então coloca-se a dificuldade em pagar salários que as vendas não justificam.

    A primeira forma de combater o desemprego passa pelas nossas competências: quanto mais obtivermos competências formais, através do sistema de ensino formal, e informais, em cursos de formação profissional, maiores serão as possibilidades  de encontrar emprego.

    A seguir vem a procura ativa de trabalho, que começa pela elaboração do curriculum vitae, que deve ser esclarecedor das verdadeiras competências e daquilo que se oferece em termos de trabalho. Depois, a carta de proposição, que deve ser sempre dedicada àquele emprego e não uma geral para todos. Depois, deve aguardar e preparar a entrevista, de forma a causar uma boa primeira impressão, fundamental para conseguir ficar com o lugar.

    Depois de empregado, o estudo e a atualização não acabou, porque o mundo e as tecnologias estão sempre a mudar. Começa em nós, naquilo que aprendemos e nas competências que vamos adquirindo, continua em nós as respostas adequadas que damos na situação de mercado de trabalho.

quarta-feira, 10 de março de 2021

UM ALERTA IMPORTANTE

     Hoje os mais importantes líderes Europeus deram um sinal de alerta importante sobre o futuro da Democracia Europeia. Note-se que, na Europa, já existem situações de coligações de poder de que fazem parte partidos que não defendem a democracia.

    Mas porquê defender a Democracia?

    A Democracia é o único sistema político em que o poder reside no povo, que, ao votar, escolhe os líderes políticos que quer que governem o país. Mais do que isso: garante a liberdade de expressão, podendo cada um de nós defender as nossas ideias e os nossos valores e expressá-los livremente.

    Muitos acreditam que os regimes políticos são cíclicos, no entanto a Europa conseguiu, desde 1957, consolidar democracias e criar uma situação de estabilidade dessas democracias.

    Por que razão se põe agora esse problema?

    A resposta é, infelizmente, fácil: porque a crise pandémica criou uma crise económica como já não conhecíamos há muitos anos. E nasceu a revolta:  muitas pessoas estão na rua a pôr em causa o confinamento e as suas medidas, bem como o uso de máscara. As razões deste protesto residem  no facto de essas pessoas não trabalharem, verem os seus rendimentos baixarem e até mesmo deixarem de os ter. É notório um aumento significativo da pobreza. Tudo isto, na visão de um professor de Economia, é normal que aconteça assim, no entanto é inaceitável que o Estado não tenha os meios necessários para minimizar o problema. É sabido que pessoas com vidas bem estruturadas perderam empregos e até os seus bens, incluindo a casa. O cenário é dantesco.

    O que é que isto tem a ver com a Democracia? Tudo. Sabemos hoje que as tecnologias de informação nos permitem, através das várias redes sociais, fazer discursos fáceis que fundamentam a sua opinião, poucas vezes baseada em estudos ou em dados verdadeiros, criando aquilo a que se chama a onda populista. O populismo quer respostas simples e eficazes, tantas vezes sem fundamentação ou execução. Quando esse populismo se torna em partido político, este pode ir a eleições, eleger deputados e até integrar governos.

    Os perigos da democracia são estes: a situação de pobreza para a qual foram atiradas as pessoas que tinham a vida estruturada, em conjunto com aqueles que que já viviam na pobreza podem ajudar a criação de movimentos de cidadãos e partidos políticos que põem em causa a democracia. Urge, por isso, conter a pandemia, reagir de forma enérgica à crise económica e afastar esse manto perigoso que ameaça a Democracia.


                            https://cdn.pixabay.com/photo/2013/12/12/16/44/starving-children-waiting-227319_960_720.jpg